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, by Camila Sá

Vamos falar sobre: Jessica Jones!

Quem, assim como eu, é Netflixmaníaco, já deve ter visto (ou provavelmente maratonado inteira) a série Jessica Jones! A série teve sua primeira temporada disponibilizada inteira no serviço de streaming na última sexta-feira (20).

E antes de indicar a série, eu gostaria de discutir sobre ela, uma vez que trata de um tema amplamente discutido na sociedade atual: a opressão da mulher. E a série aborda esse tema de forma fantástica, sem apelar para a violência explícita (tanto sexual quanto física), diferentemente de tantas outras produções televisas.

Para entender melhor a história, vamos começar do começo: Jessica Jones é uma investigadora particular que, após um acidente sofrido durante a juventude, adquiriu força sobre-humana. Traumatizada por eventos anteriores de sua vida, ela sofre de Transtorno de Estresse Pós-Traumático. Mas, mesmo tentando (e muito) fugir de seu passado, seus "demônios" particulares voltam a atormentá-la, na figura de Kilgrave, um obsessivo vilão que não deixa Jessica em paz.

Um pouco sobre o personagem Kilgrave: Vilão que obteve seu poder de controlar mentes (com isso fazendo as pessoas fazerem seu trabalho sujo) quando criança, através de experimentos realizados pelos seus pais. Quando conhece Jessica, ela se torna sua obsessão!

Li uma matéria muito interessante sobre a série, falando que o Kilgrave seria uma metáfora de um homem abusivo, uma vez que mesmo se não tivesse poderes, ele seria capaz de causar muitos danos só pelo fato de ser ser sedutor, manipulador, usar de ameaças e chantagens para conseguir o que quer, além de, claro, estuprar a maior parte das suas vítimas femininas. O fato de controlar mentes é só para metaforizar uma situação real.

Vejo a obsessão de Kilgrave por Jessica como uma competição. Quando ele a conheceu, ficou deslumbrado pela sua força e viu que tinha encontrado uma concorrente potencial. Ver que conseguia controlá-la (no início) inflou seu ego, imagine só uma mulher forte daquele jeito sendo controlada por um homem. Essa minha visão dos fatos é confirmada quando Kilgrave perde seu controle sobre a mente de Jessica, com isso vem sua frustração e sua vontade de ficar ainda mais forte.

Já Jessica foge aos padrões de uma heroína: não usa trajes especiais, tem seus vícios e falhas, precisa trabalhar para sobreviver e tem diversos traumas (na sua maioria causados por Kilgrave) e inseguranças.

Uma personagem com uma representatividade enorme em uma época que o papel da mulher na sociedade é tão questionado!

Não posso deixar de comentar sobre a atuação do ator David Tennant! É até sacanagem terem escolhido um ator tão carismático e talentoso como ele para interpretar um vilão como Kilgrave. David simplesmente deu um show de atuação, nos levando até a ter sentimentos dúbios em relação ao personagem.

Netflix nos entregou uma série e tanto, não só divertimento! Ótimas atuações, excelente produção, e, acima de tudo, uma reflexão sobre a intolerância para com as mulheres e o que ela causa em suas vítimas.

Depois dessa discussão nem preciso dizer que quem não assistiu ainda não sabe o que está perdendo, né? Corre já pro Netflix!

Espero que tenham gostado da indicação! Bjoss